6
de


Lembro de ti nos portões do colégio,
coração pulando no peito, sem mistério,
com teu sorriso bobo e teus olhos tão vivos,
parecia que o mundo ficava mais bonito contigo.

Tinhas o dom raro de me fazer rir
até nos dias em que eu só queria fugir,
tão engraçado, tão leve, tão meu,
o riso fácil que do teu peito nasceu.

Era doce, era calmo, era inteligente,
sabia de tudo — e me ensinava contente.
Com você, aprender era um abraço aberto,
um passeio entre livros, sonhos e afeto.

Tinhas um jeito de ver o mundo diferente,
via beleza até no que era ausente.
E eu via você — como quem vê o sol nascer,
e pensa: "é isso, é isso que é viver."

Teu carinho ficou preso nas entrelinhas
dos meus dezesseis anos, das tardes sozinhas,
quando a gente era amor pela primeira vez,
sem saber direito o que era… mas era de vez.

Você foi o começo de tudo o que senti,
o primeiro a chegar e o último a sair
das lembranças que guardo com todo cuidado,
meu primeiro amor… e eterno no passado.

Não importa onde a vida vá me levar,
levo você em mim, como quem leva o mar.
Te celebro em silêncio, em lembrança, em flor —
você, meu primeiro e mais puro amor, F.