Fizemos um encontro a quatro,
mas só havia dois corações ali —
o meu, descompassado e tonto,
e o teu, que fingia não me sentir.
Era por afronta? Por eu ter terminado contigo?
Eu fui tola, eu sei.
Mas não precisava ferir meu coração de tal jeito
aceitei o encontro, por que de confronto eu não fujo.
Estavas com ela, e não parecia seguro,
eu, fingindo amor num futuro
que eu sabia não ser real.
Como doeu quando os lábios que te encostavam
não eram os meus.
Sorri com os lábios, mas no peito
o nó, o grito, o desrespeito
de um amor que nunca partiu.
Te olhei bem nos olhos — será que tu viu?
Talvez foste lento, talvez covarde,
ou talvez sou eu quem arde
sozinha, em brasas de ilusão.
Quis ir embora, fugir da aflição.
Mas fiquei. E você não notou.
Ou notou, e mesmo assim calou.
Fingimos amizade, um teatro comum,
mas era contigo que eu queria estar… contigo, e mais nenhum!