Há um caos que ninguém vê pulsando,
na mente que insiste em resistir.
Cada dia é um fio se rompendo,
cada noite, um tentar não desistir.
Oscila entre gritos e silêncios,
entre o ódio e o riso disfarçado.
Carrega no peito mil incêndios,
e o corpo, exausto, pede cuidado.
“Levanta!”, dizem com desdém e pressa,
sem saber da dor que não se mostra.
Como andar se a alma está dispersa,
presa em neblinas que ninguém aposta?
Ela sangra por dentro e sorri por fora,
anulando-se por quem não a vê.
Empurra-se ao dia, mesmo sem aurora,
mesmo afogada em não saber o porquê.
E mesmo assim, ainda luta calada,
mesmo quando só deseja partir.
Há beleza na alma despedaçada,
que insiste, cansada, em não desistir.