A lua sobe lenta, pálida e antiga,
recortando o silêncio do céu escuro.
Carrega meu nome como um segredo
(luz que não aquece, mas permanece).

Nas noites frias, quando o mundo adormece,
ela me acompanha sem perguntas
(testemunha fiel da solidão).
Seu brilho é discreto, quase ferido,
mas insiste em existir.

Há nela uma beleza triste e constante,
como quem conhece a dor
(e não desvia o olhar).
Ilumina sem prometer salvação,
apenas fica.

Se tudo escurece, a lua ainda está lá.
E eu, como ela, sigo nas sombras
(feita de ausência e brilho contido),
aprendendo a viver no escuro.