Em uma noite de pura dor e agonia,
Mais uma noite igual a tantas outras...
Rasgando minha pele, como quem rasga um papel,
Definhando meu corpo, como quem se despede da vida.

Essa estranha sensação de não mais existir,
De ser sugada, minuto após minuto,
Um vulto sem peso, sem forma,
Presa entre o vazio e o esquecimento.

Oh vida, o que fazes comigo?
Que jogo cruel é esse que me entregas?
Uma promessa de luz que nunca amanhece,
Uma estrada sem rumo, sem fim, sem volta.

O tempo me observa, impassível,
E eu, cada vez menor, cada vez mais fraca,
Sinto que já não há chão sob meus pés,
A queda se tornou minha única certeza.

Vida, maldita ironia!
Carrega-me logo, leva-me para onde quiseres...
Ou liberta-me dessa espera sem sentido.
Hoje, só por hoje, desisto de caminhar.



Hoje é mais um dia. Apenas mais um...
Um céu nublado, café amargo,
a fumaça do cigarro que dança no ar.
E não há nada. Nada...

Hoje, o dia é cortante,
fere a cada segundo que passa.
Mais um passo até o fim,
mais um fim que nunca chega.

Hoje, é mais uma luta—
um duelo contra minha própria mente.
Promessas quebradas, um dia sangrento,
perguntas sem resposta ecoando no tempo.

Hoje, sou só eu.
Só eu e o silêncio,
só eu e o peso
de estar sozinha comigo mesma.

E amanhã? Será que existe?
Ou será apenas um eco do hoje,
um reflexo opaco do ontem,
um ciclo que nunca se rompe?

.

"Ando tão a flor da pele

minha vontade se confude com a vontade de não ser

Ando tão a flor da pele que minha pele tem o fogo do juízo final.

[...]

Às vezes me preservo noutras, suicido!"