Em uma noite de pura dor e agonia,
Mais uma noite igual a tantas outras...
Rasgando minha pele, como quem rasga um papel,
Definhando meu corpo, como quem se despede da vida.
Essa estranha sensação de não mais existir,
De ser sugada, minuto após minuto,
Um vulto sem peso, sem forma,
Presa entre o vazio e o esquecimento.
Oh vida, o que fazes comigo?
Que jogo cruel é esse que me entregas?
Uma promessa de luz que nunca amanhece,
Uma estrada sem rumo, sem fim, sem volta.
O tempo me observa, impassível,
E eu, cada vez menor, cada vez mais fraca,
Sinto que já não há chão sob meus pés,
A queda se tornou minha única certeza.
Vida, maldita ironia!
Carrega-me logo, leva-me para onde quiseres...
Ou liberta-me dessa espera sem sentido.
Hoje, só por hoje, desisto de caminhar.