Quem sou? Mas até onde tu sabes de ser? Eu, nada sei de ser, além do pó e das cinzas que um dia serei. E que em outro tempo tornaram-me quem sou, quem fui... Sou a transitoriedade que o tempo me dá, sou um fio de instante perdido no meio do temporal da eternidade. Difícil dizer quem sou se há em mim vários personagens. Mas isso não quer dizer, que cada um não seja um pequeno pedaço de minha alma.
Sou o oposto dos meus sonhos, sou o oposto das metáforas, sou o oposto do ponto de partida e tão pouco sou a linha de chegada. Sou o oposto do oposto! Perdida e partida num verso reverso. Sou meus desejos não realizados.
Passei até o presente momento da minha vida, marcando encontros furtivos com a felicidade. Quando ela finalmente me assalta, percebo que não tenho nenhuma moeda para dá em troca. Por isso hoje, mendigo à sorte.

Sou a sobra do que fui, sou uma simples sombra, um simples suspiro! Sou tudo o que me resta da eterna falta que sobra em mim!