A vida não se explica: ela pulsa,
entre o riso que chega sem aviso
e a dor que ensina a andar mais devagar.
Ser quem se é (delícia e ferida aberta)
é aprender a existir sem garantias.

Há anos que pesam como noites longas,
e 2025 foi feito de dias ásperos,
em que a mente cansou de lutar consigo.
Ainda assim, segui, não por heroísmo,
mas porque viver, às vezes, é resistir.

E no meio do caos, havia mãos.
O amor simples de uma filha que ilumina,
o cuidado constante de um esposo presente.
Pequenas alegrias, quase silenciosas,
capazes de transbordar o coração inteiro.

Encerrar o ano é respirar fundo e aceitar:
sou feita de força e de fragilidade,
de quedas e recomeços imperfeitos.
Celebro a vida como ela é, contraditória;
e sigo, porque amar também é continuar.

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