No início fui tímida, frágil no olhar,
tremendo em seminários, temendo falar,
mas o tempo, paciente, firmou minha voz,
fez da insegurança um caminho de nós.
Cada disciplina, com seu rigor,
não foi fardo e tampouco temor,
foi sempre horizonte, foi chão a plantar,
foi vida pulsando em saberes no ar.
Na travessia de torna-se professora,
um vir-a-ser tecido em encontros,
nos estágios brotaram bonitezas,
no afeto das crianças, sementes de doçura, mas também de firmeza.
Conciliar foi luta e também ternura,
ser mãe e estudante em árduo caminho,
no abraço da filha encontrei doçura,
e nos estudos teóricos fui traçando meu destino.
Na reta final, um fantasma insistiu,
a depressão em mim se instalou e feriu,
mas firme fiquei, não deixei de lutar,
da Filosofia desisti, mas na Pedagogia quis ficar.
Sou ponte erguida, sou verbo a brotar,
sou professora em vir-a-ser,
como disse Freire, “inacabado eu sou”,
aprendo ensinando, é no outro que estou.
A história continua, sem ponto a deter,
sou ser inconclusa no ato de aprender,
na travessia sigo, em constante construção,
pois a educação que acredito é política: é poder de transformação!
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