Na casa pequena, o sol se derrama,
Pelas frestas dança sem pedir licença.
Um cheiro de pão, café e quem ama
Preenche o tempo com leve presença.
O riso da filha ecoa na sala,
Enquanto a mãe penteia o amanhã,
E o pai, com calma que nunca se exala,
Guarda o silêncio como quem tece lã.
Papéis no chão, lápis de colorir,
A filha desenha tudo o que vê —
Um sol, um gato, um céu a expandir,
Na ponta leve do lápis e do porquê.
E quando a noite pousa devagar,
Três corpos se encostam — puro calor.
Ali mora o encanto de habitar
O mesmo instante, no mesmo amor.
0 comentários:
Postar um comentário