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de

 

Minh’alma é pálida... é triste... é solitária...
Como um cipreste ao vento do cemitério.
Carrega o frio de uma névoa funerária
E o sonho morto de um amor etéreo.

A vida? Um livro em páginas rasgadas,
Um riso falso entre soluços vãos...
E minhas noites, longas, desmaiadas,
São como preces lançadas aos grãos.

Oh! quantas vezes, no silêncio amigo,
Senti-me a sombra do que fui outrora...
Um vulto errante, sem abrigo,
Como quem vive — e lentamente chora...

Talvez, um dia, ao fim desta agonia,
Encontre paz — no túmulo, talvez.
Pois só na morte o coração alivia
A dor que a vida não matou de vez.

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